segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

A segunda caída - primeira parte

"Dez horas da manhã, não esqueça. A gente não vai ter muito tempo, por conta das famílias. A gente se encontra lá." A tela do celular marcava 10h20 e eu o fechava de novo, após ler a mensagem: 'já estou a caminho, me espera na praça, mesmo, que a gente se vê logo.' Não dava pra reclamar, eu também me havia atrasado, mil contratempos. Não queriam que nos encontrássemos, eu já sabia disso. Mas nem todos os empecilhos impediriam aquilo por mais um dia. Estava quente, o mormaço de um céu cinzento castigava o concreto enquanto eu me deixava refugiar à sombra dos ramos de uma árvore baixa, a um canteiro árido.

A esperava onde me dissera para fazê-lo, quando finalmente desembarcou. As fotos lhe faziam pouca justiça, vinha em uma sandália alta, minissaia creme e blusa preta, deixando o suficiente à mostra para instigar-me a querer ver ainda mais. Um olhar, por cima daquele sorriso cheio de malícia, que só me encorajaria ao que eu já estava decidido a fazer, assim que a visse. Tomei aqueles lábios macios e vermelhos em um beijo, sem qualquer palavra dita, um braço tomando-lhe o corpo, contra o meu, o outro deixando a mão agarrar-lhe os cabelos, dedos por entre cachos negros. Esse primeiro toque não teve tempo definido, durou o quanto tinha que durar, entre o deslizar de bocas e a troca de lembranças.

De um relance, pude vê-la inteira, as pernas longas, os seios tentando escapar à roupa, um olhar malicioso. Aqueles olhos brilhavam, eu me deliciava em vê-la querer cada novo beijo, quando parávamos. Os passos até o metrô demoravam mais do que deveriam, por conta dos desejos aflorando a cada esquina, a cada sinal fechado. Já a caminho, por sob as ruas, cada novo abraço se tornava quase uma dança. Não havia repulsa às pessoas em volta, era curioso... nossa luxúria exalava das asas dela e parecia espalhar-se em feromônios. À plataforma vazia, os poucos mortais aproximavam-se, curiosos... espelhando toda aquela ansiedade de nossos corpos, do rebolar dela enroscando nossas pernas. Dos beijos demorados, de minha mão acariciando-lhe o seio por sobre a roupa, sem qualquer pudor.

Os dois suávamos de ansiedade, caminhando após deixar as escadarias e os trens para trás. Em palavras, os dois nos íamos descobrindo. Podia sentir-lhe as asas, tímidas receando surgir, ante a presença das minhas. O elevador. Tão próximos... a câmera parecia ser a única coisa a nos conter, as roupas eram barreira fina demais para aquela excitação. Tocava-me por sobre o tecido, sentia meu sexo rijo, pulsando em antecipação. Atravessar aquela porta foi como mergulhar num oásis, o mundo árido do tolo puritanismo soprando, trancado atrás da porta, enquanto nos fazíamos um turbilhão de toques e sobressaltos. A primeira parede aconchegava-lhe as costas com um baque surdo, minhas asas abriam-se de súbito, tão alvas, por sobre nós. Tornava aquele lugar nosso, impenetrável. Armava-me em lábios, presas, unhas e dedos, devorando-a em beijos, toques, agarrando-a em insinuações e demandas, tomando-a. Minha, como sempre soubera ser.

Em meio aos beijos, uma mão percorria-lhe a coxa grossa, insinuando-se por sob a saia enquanto os lábios sentiam aquele pescoço macio, tão entregue, vulnerável. Arrancava-lhe suspiros descompassados, deixando um seio fugir-lhe ao decote para sentir minha língua. Rodeava aquele mamilo rijo, a pele enrugada arrepiando-se ainda mais, sugava-o com fome, meus dedos provocando-a por sobre a calcinha, antes de deslizarem por sob o elástico, provocando-a, melando-se na sua excitação e no sangue menstrual, o cheiro forte começando a tomar o local, delicioso, instigando-me cada vez mais. Sentia os toques ansiosos dela, ia tirando-me a roupa, brigava com o cinto, meu corpo e minhas asas agradecendo a liberdade, já sem a camiseta, ela acariciando-me o peito, descendo pelo abdômen, mais uma vez dançando em meio a um abraço lascivo.

Quase impaciente, eu mesmo cuidava do cinto e da calça, chutando os sapatos longe, por baixo da cueca preta o volume já tão pronunciado. Ela tocava-o ávidamente, agachando-se à minha frente enquanto o livrava, sorrindo com aquele ar de súcubo e olhando-me pelos cantos dos olhos, antes de abrir aqueles lábios úmidos e convidativos, engolindo-me com aquele jeito quase infante, tão travesso. Podia sentir a língua deslizando por toda a extensão, enquanto a cabeça movia-se, uma mão minha àqueles cabelos, os dedos fechando-se. Começava a foder aquela boca, a vontade tomando-me, além do suportável, eu já respirava forte, gemendo baixo quando ela se demorava com a língua à cabeça grossa. Esforçava-se em engolir toda a extensão dele.

Puxava aqueles cabelos, levantando-a, virava-a de costas pra mim, provando de sua pele às costas, subindo-lhe a roupa e logo arrancando a blusa, o sutiã, abrindo o zíper da minissaia enquanto meus lábios iam descobrindo seu corpo, mãos deslizando toques enquanto desnudavam-na completamente. Um abraço repentino, meu sexo roçava por entre as nádegas, deslizava-lhe, melado, pelas coxas, roçava a boceta melada de sangue, encharcada de ansiedade. Ela escorria por mim, rebolava contra meu pau duro, fazendo-o pulsar mais, a respiração de ambos perdendo o controle.

- Me deixa sentir... faz tanto tempo. Entra em mim.
- Faz eras, não? Ansiosa, caída?
- Mete, meu Lorde... meu Senhor.

Puxava-a contra mim, empurrando o corpo pra frente, fazendo-a se inclinar empinando melhor a bunda, deliciosa. Não resistia a um tapa, firme, antes de firmar as mãos àquela cintura, puxando-a sobre meu pau. Abrindo aquela boceta com tanta vontade que fazia-a gritar, sentindo minha carne tomar-lhe o corpo. Os dois pulsavam naquela mesma vibração enquanto eu rasgava seu corpo, arrancando aqueles gemidos tão gostosos em cada estocada. Puxando-a pra mim, aberta. A puta rebolava no meu cacete, a voz deliciosa clamando meu nome, entregando todo aquele prazer a mim, enquanto os gemidos mesclavam-se à minha respiração, grunhindo com cada metida mais forte. Queria abri-la, completamente.

- Vai implorar... pra gozar... ouviu? Clamar o meu... nome.
- S-sim.... ahnnnn... sim, s-senhor.

A agarrava com mais força, as mãos dela por vezes perdendo o apoio, à parede. Gemia cada vez mais forte, sentia-me pulsar, tão grosso, dentro dela. Eu podia ver meu sexo, todo melado de sangue, de boceta... gemia, implorando-me o direito ao gozo. O corpo todo tremia, vibrava, uma mão percorria-lhe a pele, agarrando um seio, puxando-a com ainda mais firmeza, para mim. As estocadas se tornando mais compassadas, mais fortes. Sentia a resistência, sentia aquele corpo cedendo, me deixando ir ainda mais fundo enquanto presenteava-lhe um clímax tão intenso. Deixava-a gozar e sentia aquela xana pulsando, como se quisesse engolir todo o meu pau, escorrendo ainda mais, melando-lhe as coxas. Não parando aquela dança, aquele rebolar.

Um puxão aos cabelos e mordia-lhe o ombro, meu sexo escorregando pra fora dela, quando puxava-lhe da parede e a ordem saía na voz tão grossa, tentando respirar mais fundo: "Deita... abre ela pra mim... e implora por mais." Seus olhos vibravam, a luxúria tomava-lhe o olhar quando deixava-se ficar de costas sobre o chão, eu abrindo-lhe as pernas, sua voz ansiosa, arfando, implorando pelo pau ainda em riste, ainda na antecipação ao gozo. Deitava-me àquele corpo e a súcubo abria os braços, deliciosamente, sentindo-me impalá-la, ao chão, tomando uma vez mais seu sexo. Fodia aquela boceta quente e enlouquecia de tesão, ao vê-la. Uma crucificação profana. Ofertava-me seus seios como a redenção, gemendo cada vez mais alto, incontida, sentindo-me violá-la uma vez mais. Braços, como as asas, abertos, os olhos inflamados no seu elemento, a respiração alterada.

Era puta, mulher, anjo e salvadora. Era redenção no pecado e eu a tomava para mim, como se do mais belo cálice. Despertava a caída, aquela que já fora a fertilidade e fazia-se luxúria. E pela janela de vidro daquele apartamento, à altura de nossos olhos, uma igreja. Mais uma vez me implorava pra gozar, clamava meu nome... aos olhos do Pai. E eu me juntava a ela, naquele espetáculo profano, insano. Explodindo em gozo àquele corpo, banhando-a em meu suor.

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