O sol adentrava o vidro da janela e os dois ainda tentávamos recuperar o fôlego, quando minhas mãos começaram a percorrer-lhe a pele sedosa, úmida de suor e êxtase. Sentia aqueles seios às pontas dos dedos e da língua, percorrendo a aspereza rígida de corais róseos e fechando os lábios ao redor dos mamilos, sugando com ares de criança faminta. Ela me acolhia em um abraço intenso e meus toques a envolviam, indo sentir-lhe as costas. Tinha asas, ela também, e sentia todo o corpo arrepiar-se, ao que eu acariciava aquelas penas cinzentas. Sorria para mim com jeito de descoberta e eu tomava fôlego, antes de falar-lhe baixo.
- Vem... levanta.
Erguia-me e a puxava pelos pulsos, o meu corpo tomando o seu em um abraço mais liberto que aquele ao chão. Sentia-a ainda vibrando, e podia ver aquele rosto corado, os lábios carnudos ainda puxando o ar de forma sôfrega. Um sobressalto, quando minhas mãos lhe foram tocar por cima das costas, percorrendo-as com as palmas abertas. Aquele toque que mal se deixava sentir, fazendo-se mais intenso que a pegada mais violenta poderia ser, contra os nervos acesos sob a pele dela. Meus lábios demoravam-se tocando-lhe o ombro, roçando em um deslizar calmo, deixando minha respiração também se fazer em carícias. Nosso cheiro ali era suor, sexo, gozo... O aroma de prazer, nos preenchendo as narinas.
A virava de costas para mim e abria-lhe os braços, pousando um beijo suave logo abaixo da nuca, percorrendo as laterais daquele corpo com os dedos. Suspirava com um jeito lascivo, gemendo baixinho como se decidida a provocar-me mais. Suas curvas me divertiam as mãos enquanto parecia se deixar embalar por alguma música, em um rebolado bem suave, envolvente. Deixava meus lábios subirem e descerem bem devagar, sentindo-lhe os poros arrepiarem. Fechava meus olhos, sentindo as carícias macias daquelas asas, enquanto iam se abrindo e buscando-me. Beijava-as, respirando fundo e retomando o controle de meu corpo. Deslizava carícias por entre suas penas e sentia-me perder nas sensações de prazer que elas vibravam para as minhas. Encorajando-as a se abrirem como por tantas eras não se permitiam.
- Sinta-as... Finalmente libertas de tudo. Finalmente plenas.
- L-Lucifer. Elas abrem-se para ti.
Eu não conseguia evitar o sorriso. A voz macia aos meus ouvidos se tornando novos gemidos, quando mordia aquela nuca. Um suspiro delongado e podia sentir-lhe as nádegas roçando meus quadris, naquele rebolado delicioso. O sangue voltava a enrijecer-me e o roçar se tornava cada vez mais intenso. Virava o rosto, voltando-me aqueles olhos que brilhavam em excitação, por entre os cachos negros. Os dois ali, nus, asas abertas e os corpos bailando. Demorava-me em fazê-la sentir mais arrepios, às carícias que pareciam estender-se para além de suas costas. Um novo abraço, de súbito, agarrando-lhe os seios com firmeza, por trás, acariciando-os com a vontade daquela fome imensurável.
- Fecha os olhos que você sempre conheceu. Abre novos.
Ela respirava mais fundo, ali, embalando-me naquela dança lasciva, minhas mãos naquele tomar dos seios, provocando os mamilos, sentindo os arrepios e deliciando-me em gemidos cada vez mais demorados. Eu, rijo e ainda todo melado de nosso prazer, escorregava por entre aquelas nádegas, misto de provocação e ameaça, sentindo-a tremer em antecipação. Encaixava-me no meio daquelas coxas e roçava, teso, à entrada daqueles lábios que ainda escorriam tanto. Meu desejo encontrava um suspiro quase de súplica e não mais me continha. Apertava mais forte um seio enquanto agarrava-lhe os cabelos, à nuca, empurrando seu corpo por cima de uma mesa, fazendo ela empinar aquela bunda roliça à minha direção. Excitada, ansiosa, ela abria um pouco as pernas, os dedos provocando-me ao expor aquela boceta lisa, depilada, melada. Me olhava por sobre o ombro, com jeito quase de moleca, corpo tão entregue.
A invadia de novo, agora ainda mais forte, sentindo ela estremecer e ouvindo um murmúrio de prazer que assomava-se à respiração acelerando. Em um abraço aos quadris deixava os dedos tocarem seu clitóris, acariciando-o por entre eles e sentindo meu pau a abrir mais em cada estocada. A outra mão agarrava-lhe à cintura e naquele puxar firme ela sentia os seios deslizando pela mesa. Me engolia, encharcada e tão quente, naquele misto de gozo, suor e dor. Ela jogava o corpo em direção ao meu, fazendo-me ir mais fundo que da primeira vez, agora. Os gemidos tornavam-se gritos de prazer, quando eu me sentia quase rasgando-a, tão firme e fundo naquela xana.
- Sente o meu calor? – ela sussurrava, sôfrega, enquanto se abria ainda mais e cravava as unhas em minha cintura, me puxando como se quisesse-me todo, ali dentro. Chamas ardiam naqueles olhos escuros e eu me deixava perder o controle, os dedos melados daqueles lábios deixando-me provar daquele néctar que sentia escorrer e melar-me, cálido. Tomava aos lábios o mesmo prazer que meu pau arrancava daquela boceta, que ouvia explodir dela em gemidos e gritos cada vez mais fortes. Envolto no gozo que a fazia estremecer. Uma sinfonia de sentidos. - P-posso gozar?
Ela estremecia em minhas mãos, tentando respirar fundo quando o ar lhe faltava, deixando-se levar pelas ondas daquele prazer, que tomavam-na sob a pele. Pulsava forte, apertando-me dentro dela, eu não parava de meter tão forte e puxá-la pra mim. Podia vê-la salivar por sobre aquela mesa, completamente entregue, balbuciando agradecimentos quase inaudíveis, mas sem parar de rebolar e gemer tão gostoso, sob mim. Eu a puxava para fora da mesa e ela sentia meu pau ainda tão firme a fodê-la com força, em meio àquele novo abraço. Corpos suados deslizando uma vez mais, aquelas asas cinzentas tão abertas. Misturando suas penas às minhas, alvas. Me pedia mais, inclinando-se de novo para a frente, apoiando as mãos às próprias pernas, agora.
- Eu nunca... fiquei nessa posição antes... Milorde. – Ofegava e me sorria, devassa, tão aberta, naquele jeito que acabara de descobrir. Por um momento, vi-a como se prestes a alçar vôo, as asas erguendo-se com jeito quase de ameaça. Agarrava-lhe as nádegas com firmeza, puxando-a toda pra mim. Seu gozo e prazer escorriam por nossas pernas e ali, em uma entrega que nenhum dos dois havia experimentado, começava a gritar, impalando-se no meu sexo teso. A cada estocada nossos quadris batiam com força e a cada batida ela gemia ainda mais alto, voltando a gritar. - É bom. Bom demais, Senhor.
Me deixava abri-la sem qualquer pudor e meus instintos me tomavam de assalto. A respiração tentava encontrar mais ar, o corpo ardia no calor daquela boceta e do meu próprio sangue. Deslizava dentro dela e nossos gemidos uniam-se como se em desafio às paredes que tentavam contê-los. Explodíamos juntos, em um gozo que estremecia a ambos, agora. Rebuscava o ar, puxando-a por trás em um novo abraço, erguendo-a.
- Obrigada, Milorde...
Beijava-lhe a nuca e ela suspirava, com um jeito cansado, tão manhoso. Gemia baixinho, quando meu sexo escorregava para fora dela e repentinamente os dois abríamos um mesmo sorriso lascivo.
Uma empregada do prédio em frente podia finalmente voltar a varrer a varanda.
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