Tudo começou com uma troca de olhares.
Dos olhares passaram para os sorrisos.
Dos sorrisos passaram para conversas e pequenos flertes.
Dos pequenos flertes passaram para uma forma de se esbarrarem mais vezes nas ruas.
Quando viram, já sentiam falta das conversas; de poderem sorrir um para o outro e de possivelmente não se encontrarem mais tão facilmente, pois ela estava para viajar e sair do local que era ponto certo de encontro dos dois.
E-mails eram trocados; a necessidade de se encontrarem crescia e um dia foi ele que entrou de férias.
Ah! Como era interessante ver os flertes aumentando entre ambos. Como era excitante ver o desejo e a lascívia aflorando e beirando à loucura que consumia suas mentes.
Então veio a oportunidade...
Como crianças marcaram uma saída e "brincando" de polícia e ladrão, eles, como os ladrões que precisavam escapar do policiamento, saíram; escaparam; fugiram da realidade que os mantinham afastados.
Nervosismo; risos; confissões à parte os levaram para um local mais isolado dos olhos que os denunciariam.
As pernas começaram a entrelaçar, os corpos a se aproximar e os lábios moldavam-se em sorrisos das travessuras que se iniciavam.
O coração descompassado e mais uma fuga era necessária.
Se separavam para se encontrarem no local onde tudo estava acertado.
Ele ofegante e olhando para os lados, confirmando que não seriam flagrados e ela peralta, sorrindo e adentrando no apartamento invadido.
Bebidas, quarto e logo os corpos estavam colados.
A respiração se descompassando, enquanto as mãos de ambos exploravam.
Blusas arrancadas; dentes arranhando as peles sem marcá-las; arrepios à parte.
Ele deslizando as pontas dos dedos às costas desnudas dela e ela deslizando os lábios ao tórax dele.
Puxar de corpo, quadris encaixados, para que apressar a travessura que estava sendo explorada.
Botões abertos; zíperes abaixados; quadris encaixados.
Huuummm! Que delícia era vê-la naquele rebolado calmo e sinuoso, enquanto ele a masturbava ao clitóris e deslizava em carícias nos seios sua outra mão.
A fome aumentava e os lábios dela passearam, buscaram o sexo teso do parceiro de travessuras.
Língua que serpenteia, acaricia até a boca se moldar nas promessas de seus desejos.
Peles que se eriçavam; calças que eram arrancadas e corpo que deslizava sobre ele em uma carícia delongada.
Mais rebolares, mais carícias suaves e o corpo de ambos não agüentavam mais.
Precauções eram tomadas para que a travessura durasse e não fosse esquecida.
Então ele age...
Deslizava seu corpo para dentro dela, começando suave, pois não tinha pressa.
Movimentos ritmados que buscaram não machucá-la e tão pouco estragar aquela madrugada.
Costas à cama; pernas aos ombros; pernas que o puxavam.
Costas à cama; rebolados mais longos; rebolados ritmados; rebolados mais intensos; rebolados que "não acabavam".
Trocas de lados; deitados de lados; ficando de quatro e eles buscavam.
Buscavam prolongar o ato; procuravam deixar marcas à alma e a mente; tudo carinhosamente.
A madrugada corria e as cotovias tentavam alertá-los.
- Não conseguirei segurar mais! -Murmurou o parceiro da travessura.
E sussurrando laguidamente ela murmurou:
- Goza em meu nome. Goze por mim.
E ele recitou o nome dela, em sussurros baixos do gozo intenso de um sonho do qual não queria despertar.
Gozou trêmulo, em espasmo, murmurando baixinho o pedido de perdão por não ter conseguido se segurar mais. Abraçava-a pedindo desculpas enquanto o céu começava a ganhar tons mais claros.
Ela o abraçava, sentindo a pele, sentindo aquele aroma que levaria grudado ao corpo.
- Eu não queria que você fosse embora agora. Queria poder acordar e ver-me abraçado ao teu corpo. Acordar ao teu lado - Confessou a ela.
- Eu também gostaria, mas não podemos ser flagrados. - Confessou a ele, sorrindo de modo fraco.
Com um beijo de despedida e a saída silenciosa de uma gatuna, ela ainda pode escutar aquela voz que a faria relembrar daquela noite de "gostosuras e travessuras".
- Bom dia, Abyss!